quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Adubação verde de inverno

Osmar e Abelardo observando a preparação do solo
O tempo passou e não conseguimos semear durante a primavera/verão 2009 com o clima mais quente e úmido, sendo assim seguimos as direções que foram colocadas e plantamos, no início da época fria, sementes de tremoço, nabo forrageiro e ervilhaca para iniciarmos o trabalho de complexificação da vida naquele local.

Para esse trabalho contamos com o apoio do Dr. Jorge um vizinho muito querido que nos emprestou o trator para roçarmos, ararmos e gradearmos o solo.
Dentro de algumas opções, escolhemos usar o trator para observarmos como seria essa experiência. Conseguimos preparar o solo dessa forma somente em 4 talhões da gleba 1.

O local é muito “apertado” e precisa de um pouco mais de atenção nos detalhes, sendo que o trator é algo realmente bruto.

Após observações cuidadosas de Osmar e Abelardo da CATI/SP decidimos parar com o trabalho do trator, por alguns motivos que podemos detalhar particularmente a quem interesse.

Lembrando também que contamos com a ajuda do Camping Chapéu de Sol – www.campingchapeudesol.com.br – através do empréstimo da roçadeira para trator, que foi fundamental para cortarmos a braquiaria para que conseguíssemos entrar com o arado na área.


plantas com aproximadamente 30 dias
O crescimento das plantas se deu de forma lenta pela falta de chuvas no inverno e dias muito quentes também. Mas de qualquer forma atingimos nosso objetivo maior que é a complexificação de vida no sistema!!!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Plantios em nível

curvas em nível já roçadas
Conforme as orientações, demarcamos e plantamos os cordões vegetais para contensão/infiltração de águas pluviais e geração de recursos (matéria orgânica, melado, garapa), ajudando também na visualização das áreas divididas em talhões, podendo assim organizar melhor o trabalho no dia a dia.

Para iniciarmos o plantio precisávamos roçar a braquiária que estava muito alta e conseguimos desenvolver uma parceria com a FIORAMAQ Motores e Mangueiras – www.fioramaq.com.br – essa parceria consiste no empréstimo de roçadeiras costais para nossos trabalhos, com um aviso prévio.
www.fioramaq.com.br
Contratamos Ticaca, como ajudante na execução das diversas tarefas do projeto, iniciando pelo plantio dessas curvas em nível.

Após o plantio das canas de açúcar em nível, logo no momento de brotação sofremos alguns “saques” de elementos externos ao sistema. Animais de vizinhos sentiram o cheiro da brotação da cana e acabaram estourando a cerca em três momentos.

Ticaca ao fundo e as canas sendo plantadas
Após esses incidentes resolvemos investir mais um pouco no cercamento e instalamos arames lisos com um aparelho de choque elétrico específico para bovinos. Isso nos ajudou muito no crescimento da cerca viva e das canas de açúcar que vem rebrotando com muita força e vida!!!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Direções para Agricultura

Teremos no Ingá Sustentável três situações de cultivo: horta, roça policultivada e agrofloresta. Assim sendo, distribuímos geograficamente essas áreas em locais propícios às características de implantação e manejo de cada sistema produtivo.

A horta ficou posicionada próxima à casa mãe, em uma área relativamente plana aonde recebe insolação durante todo o dia todo. As áreas de roça estão distribuídas nas áreas mais planas do terreno, porém um pouco mais distantes da casa, grande parte dessa área está posicionada com face norte. As áreas para agrofloresta  estão posicionadas nas áreas com mais declive e próximas aos remanescentes florestais.
Osmar e o pé de galinha

Após a definição do posicionamente geográfico, estritamente vinculado ao zoneamento, iniciamos o processo de planejamento de plantio e definição de prioridades. Nossa prioridade foi a recuperação da vida do solo, para tanto iniciamos os trabalhos nas áreas de roça policultivada.

Dividimos essa área em 2 glebas, priorizando a área onde temos maior insolação. Com a ajuda do Osmar montamos um nível de campo "pé de galinha" para delinearmos curvas em nível a casa 2,5m.

Nessas curvas em nível plantamos cana de açúcar, com a intenção de criar cordões vegetais produtivos, aonde ajudamos a otimizar a infiltração de água, geramos matéria orgânica para cobertura vegetal, e também podemos produzir garapa, melado e rapadura.

Em reunião com Denise e Osmar definimos alguns parâmetros para os cultivos em geral. A priorização da gleba 1, com maior insolação, para plantio de adubos verdes e variedades mais comerciais, enquanto na gleba 2 focamos o plantio de adubação verde para recuperação da área e para suceder o capim bráquiaria que domina em boa parte do terreno.

Com a ajuda da Denise e de um aparelho GPS medimos a área das glebas 1 e 2, tendo um pouco mais de 11.000 m2 de área para plantio, sem descontar bolsão de estacionamento, acessos e área das casas.

Os passos para o plantio são: roçada, preparo do solo e semeadura, sendo que dentro desses 3 momentos temos algumas opções válidas as quais vamos abordar nas próximas postagens.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

II Reunião do Comitê Técnico

Anterior à II reunião com o Comitê Técnico já estávamos fazendo estudos e observações visuais e pelo mapa para definirmos aonde seria o melhor local para abrirmos o acesso principal. A entrada do terreno situa-se a sudoeste e temos uma grande aclividade.
Esboço do acesso principal em preto

Chegamos a conclusão de que os carros que transitariam por esse acesso seriam veículos de serviço com insumos, ferramentas, etc. e veículos para pessoas portadoras de deficiência, idosos ou gestantes. Todos os outros veículos devem ficar em um bolsão de estacionamento logo na entrada e as pessoas circulam a pé pela área.

Durante a reunião o ponto mais abordado foi o posicionamento dos principais elementos do sistema (casa mãe, casa de apoio e áreas de plantio). Maria Augusta apresentou ideias para as construções e posicionamento das edificações, bem como nos esclareceu a respeito do conceito de sustentabilidade que deve ser usado durante o ciclo de vida do projeto.

Esse conceito que já vimos usando no Ingá Sustentável é baseado nas pesquisas de Ignacy SACHS (1995) e atende as cinco dimensões da sustentabilidade, que são:

- sustentabilidade social;
- sustentabilidade econômica;
- sustentabilidade ecológica;
- sustentabilidade espacial;
- sustentabilidade cultural.

Estavam presentes Maria Elisa e seu neto primogênito, Maria Augusta, Alfredo, Luís César, Gabriel e Denise (na foto abaixo da dir. para a esq.). Concluimos a reunião com um delicioso almoço na casa de nossos anfitriões Luís César e Maria Elisa Menezes.


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Visita CATI/SP

Osmar

Recebemos a visita técnica de Osmar e Abelardo, ambos da CATI/SP.

Tivemos uma breve reunião com Luís César e Maria Elisa Menezes, logo depois nos dirigimos à área.

A visita teve como objetivo a apresentação do projeto para o Abelardo e a busca de água em algum local no entorno da área. Abelardo ficou entusiasmado com o projeto e com o local e ambos plantaram algumas mudas para a cerca viva.
Abelardo

Apesar da incessante busca por brotamento de água no entorno, ainda não encontramos nada.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cercas - Arame e Viva

Zeca Guarnieri - "cerqueiro véio"
Iniciamos o processo de reforma da cerca de arame. Decidimos passar 4 fios de arame farpado e aumentar o espaçamento entre mourões pelo fato de não termos animais na área e porque já viemos plantando em seguida a cerca viva.

João
Para a reforma da cerca contamos com o trabalho de Zeca Guarnieri e João. Zequinha já é “cerqueiro véio”, como muitos dizem por aqui, e faz muito bem esse trabalho.


cerca sendo reformada
Ayrton, vulgo Ticaca


Para o plantio da cerca viva contratamos Ayrton, mais conhecido como Ticaca, um pernambucano que já vive na região há um tempo. Empreitamos com ele o plantio da cerca, contando com a ajuda de Gabriel.


Foi bem trabalhoso plantar as mudas, pois as mesmas vinham em saquinhos grandes, o que pesava nos momentos de transporte dentro do terreno e nos berços que tínhamos que abrir para plantá-las.

cerca plantada

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Análises de Solo

Coletamos solo para análise agrícola e análise física, a primeira para levantamento de pH e nutrientes e a segunda para análise de proporção dos elementos (areia, argila, silt e matéria orgânica) e resistência para uso em construção civil.

Gabriel e Virgínia, técnica responsável, no laboratório da Minercal
Para a análise agrícola, dividimos a área de plantio em 6 glebas. Dentro de cada gleba coletamos solo de 10 pontos distintos em duas profundidades 0-20cm e 20-40cm, gerando amostras em duas profundidades por gleba. Essas coletas foram encaminhadas para o laboratório da Minercal em Votorantim.

As coletas para análise física do solo foram feitas no local em três pontos distintos, coletando solo a partir de 30cm de profundidade. Os ensaios foram feitos no local.

Coletamos e testamos 3 amostras de solo, de três locais distintos dentro do espaço e fizemos esse teste de separação das moléculas de argila, areia, silt e matéria orgânica, como vimos na imagem ao lado.

Realizamos também um teste de resistência mecânica e dilatação com as mesmas 3 amostras, na foto à direita podemos ver os testes aguardando o período de secagem.

Pela análise agrícola constatamos que temos, num geral, solo ácido com pH em torno de 5,0 sendo indicada a calagem para correção da acidez.

Para construção temos, em alguns locais, solo apropriado para edificações em terra crua.

Comitê Técnico - Formação e Operação

Abrimos contato com diversas instituições para formação do Comitê Técnico, tais como: Grupo HABIS - EESC/USP, CAD/Itu, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, CEUNSP, FAU/Mackenzie, CATI/SP, APTA/SP, Future Trends, CES/Alphaville, CRIS, ESALQ/USP, conseguindo o apoio dos seguintes profissionais:

da esq. para dir.: Gabriel, Osmar, João Farinha, Denise,
Luís César, Maria Elisa, Maria Augusta e Alfredo.
- Eng. Agrônomo Osmar Mosca Diz - CATI/SP
- Eng. Agrônoma Denise Machado - CDA/Itu
- Eng. Civil Joaquim Brasão Farinha - Future Trends
- Arquiteta Maria Augusta Justi Pisani - FAU/Mackenzie
- Eng. Civil Alfredo Pisani - Defesa Civil/São Paulo

O Projeto Ingá Sustentável é um projeto institucional da Síntese Consultoria e Gestão de Negócios, que está representada por Luís César e Maria Elisa Menezes. www.sinteseconsultoria.com.br

A I reunião com o Comitê Técnico foi realmente algo muito especial. Podemos nos conhecer pessoalmente e nos apresentar, uma diversidade cultural imensa, algo importante para a sustentabilidade proposta. Fizemos uma visita à área e direcionamos nosso trabalho para elaboração do Projeto Executivo.

A figura acima descreve a estrutura operacional do Projeto. Como patrocinador temos a Síntese, fomentando não só financeiramente, mas desenvolvendo parcerias institucionais. O Comitê Técnico balisa as decisões que estão sendo feitas em conjunto com a Coordenação, a qual executa, monitora, relata e avalia.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Doação de mudas


A Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, nos forneceu mudas de ibiscus, acalifa roxa e verde e cerca de 10 espécies de nativas, para o plantio da cerca viva.


O Viveiro de Ornamentais está localizado na Av. Tiradentes junto à Escola Técnica Martinho di Ciero. O viveiro é muito bem organizado e produz de maneira exemplar, coordenado pelo Kiel (segundo da esq. para dir. na foto) e com as atividades executadas por uma equipe sempre disposta e bem humorada.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Cercamento, Cerca Viva e Topografia

Pelo estado demasiado deteriorado da cerca de arame tivemos que reformá-la. A cerca mostra nosso limite de atuação direta e nos protege dos animais domésticos vizinhos, bovinos em sua maioria.
nesta foto podemos ver a condição que estava a cerca

Decidimos plantar cerca viva em todo o perímetro, para, no futuro, a energia que for direcionada para a manutenção da cerca (poda) gere um retorno ao sistema. Com a cerca viva manejada geramos matéria orgânica e atraímos diversos animais através das flores, do pólen e das folhas.

O levantamento topográfico foi executado por um profissional com o equipamento "Estação Total" e nos mostrou exatamente o volume de área que estamos trabalhando, bem como os declives auxiliando a geração de possibilidades de acesso.


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Observação e pesquisa dos padrões naturais locais

Como precisávamos levantar esses dados com certa rapidez e relativa precisão, nos valemos da experiência de vizinhos, que nos orientaram em relação às direções de ventos, chuvas, fogo e outros fatores e padrões naturais presentes localmente.

Durante todo o período de implantação estaremos observando esses padrões pois o processo de observação/interação deve ser constante, pois isso vai aproximando o homem dos movimentos e ciclos naturais do local proporcionando uma relação mais íntima, consequentemente mais precisa e simbiótica.

Essa observação/pesquisa gerou um mapa de setorização (figura ao lado) e uma primeira idéia para o zoneamento da área, como vemos abaixo.

Essas são algumas das ferramentas para planejamento ambiental que a PERMACULTURA propõe.